sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Dia 6 - Viagem a Ibicoara, destino: a exuberante Cachoeira do Buracão

Indo para o sul da Chapada: Mucugê e Ibicoara
Cada dia na Chapada é mais surpreendente que o anterior. Hoje fomos para o sul do parque, na região de Ibicoara para conhecer a exuberante e poderosa Cachoeira do Buracão e depois pernoitar em Mucugê.

O guia passou na nossa pousada as 6 da manhã. Chovia muito. Mas não desanimamos porque normalmente chove muito pela manhã e depois o dia abre. Os dias de chuva tem seguido este padrão até o momento.

De Lençóis a Mucugê são 147 km, e de Mucugê continuamos ao sul em direção a Ibicoara, são mais 80 km. Chegamos a agencia de Ibicoara (Bicho do Mato) para encontrar nosso guia local. Fomos informados que a estrada de Ibicoara até o inicio da trilha estava muito prejudicada pela chuva intensa da madrugada. Os meninos da Bicho do Mato rapidamente providenciaram um 4x4 (e bom.. tivemos que pagar uma locação de carro extra que nos custou 200 para dividirmos por nós 3.. mas... a culpa foi da chuva). Seguimos mais 1h30 de 4x4 até o início da trilha.


Trilha para a  Cachoeira do Buracão

A trilha de hoje foi muito leve do ponto de vista físico, acho que o mais cansativo é toda a logística de translado.

Logo no início, devido ao altíssimo nível do rio, já começamos descalçando nossas botas para atravessar o rio.




Ao longo da trilha fomos conhecendo a vegetação típica da região: destaque para o cactus Xique-Xique, ótima fonte de água e alimento em caso de sobrevivência na selva, conforme nos explicou o guia Marcinho.



Continuamos seguindo por uma região conhecida como Espalhado.


Ao longo da trilha encontramos algumas cachoeiras e este cânion, todos com um nível de água bem acima do normal.





Enfim chegamos ao mirante onde pudemos admirar e nos impressionar com a Cachoeira do Buracão. Normalmente ela já é imponente e impressionante, mas com as chuvas que caíram forte nos 2 últimos dias nesta região ela estava absurdamente mais caudalosa.

O barulho e o tamanho são realmente impressionantes. 85 metros de queda no meio de um poço abrigado por um canion.



Este é o nosso guia Marcinho tirando a foto acima.



A queda da água no poço é um espetáculo de fúria da natureza.



A força da água cria um borrifo monstruoso no lado oposto do poço. Este borrifo de água sobe até quase o topo do canion parecendo uma verdadeira cortina de fumaça.



Após fotografarmos e filmarmos a cachoeira de diversos ângulos, começamos a descer por uma parede lateral, para alcançarmos o nível da agua no segundo poço do canion.

E lá vamos nós ribanceira abaixo.


No caminho passamos pela Cachoeira Recanto Verde, também caudalosa e com muito borrifo de água ao seu redor. Conclusão: roupa ensopada e muito cuidado para não encharcar a máquina fotográfica.



Entrando no Cânion, na direção da Cachoeira

Finalmente chegamos ao nível da agua dentro do canion, no poço subsequente ao poço onde a agua cai. Aqui existe uma passarela que usamos para atravessar de uma lateral para a outra do canion. Vestimos nosso coletes e lá fomos nós. A passarela tem uma corda superior que usamos para dar mais segurança na travessia.



Ao chegar na parede oposta do canion, começamos a entrar seguindo pela parede lateral, usamos as diversas camadas da parede para apoiar os pés e as mãos.

A medida que entramos no canion começamos a invadir a 'fumaça' formada pelos borrifos de agua da queda. A sensação é de estar sendo chicoteado por uma tempestade fortíssima.

Infelizmente não foi possível levar maquina fotográfica para registrar. Mas seguimos canion adentro até chegarmos a 100 m de distancia da grande queda. Entramos numa 'toca' formada por duas camadas do canion, de modo que a agua dos borrifos não atingisse nossos olhos. Assim pudemos olhar na direção da grande queda. Quando o fluxo ficava mais intenso, a fumaça levantada era maior e não conseguíamos ver a queda através da fumaça. Pudemos ver seus contornos apenas em alguns momentos.

A adrenalina era altíssima, pudemos sentir toda a fúria e imponência dessa cachoeira neste momento.

O guia nos falou que em dias de aguas calmas o fluxo é muito menor, e é possível chegar até mesmo atrás da queda e nadar no poço principal, realmente é difícil imaginar vendo o espetáculo de fúria que estávamos vendo.

O guia nos levou até um ponto mais seguro dentro do canion, onde pudemos saltar dentro da agua. A correnteza nos levou até próximo ao ponto onde entramos e apenas tivemos que nadar para próximo das pedras do nosso ponto de saída. Comemoramos felizes e adrenados!




Após o lanche ficamos contemplando a grandiosidade do canion e o segundo poço.


De volta a Ibicoara

 Dizem que a vista na estrada de volta a Ibicoara é lindíssima, mas o céu estava um pouco nublado. Apenas mais próximo da cidade tivemos algumas vistas da serra como a abaixo.




A caminho de Mucugê para pernoite 

Passaremos a noite em Mucugê. Ao chegar em Mucugê ainda pudemos ver o cemitério Bizantino, ou Cemitério Santa Isabel.

A origem e proposito do cemitério são um pouco misteriosos. Mas acredita-se que houve um época em que pessoas começaram a morrer de peste. Foi criado este cemitério longe da cidade para evitar o contagio pelos cadáveres. Como o cemitério estava longe da igreja, os túmulos eram feitos em formato de igrejinhas brancas para garantir a benção aos defuntos.




O que mais Ibicoara pode oferecer?

Ibicoara possue muitas cachoeiras e trilhas. Uma das mais procuradas depois do Buracão é a Cachoeira da Fumacinha, um dos meus sonhos de consumo, mas não será possível desta vez devido ao excesso de chuva que tornou a trilha bem mais complicada.

Combinando com um guia é possível montar um roteiro personalizado para conhecer esta e outras atrações.

Eu recomendo:

BICHO DO MATO ECOTURISMO
(77) 3413 2468
www.ecobicho.blogspot.com
ecobicho@hotmail.com

Como chegar em Ibicoara?

Se vier de Salvador existem ônibus da AGUIA BRANCA saindo todos os dias para IBICOARA. Translado complementares podem ser negociados com a Bicho do Mato.


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