domingo, 4 de dezembro de 2011

Dia 15 - Dia de dizer Adeus... ou Até logo... quem sabe com certeza?

Pousada da Fonte
(075) 3334 1953 - Rua Muritiba,1  http://www.pousadadafonte.com.br/

A Pousada da Fonte foi praticamente minha casa nessas 2 semanas. Não posso deixar de mencionar a atenção especial da Rejane, a dona da pousada, que me providenciou chá de boldo quando tive má digestão por excesso de comidas típicas. E também vi sua atenção ao fazer chá para outros hóspedes gripados.

As noites em que fiquei em Mucuge e na trilha da Fumaça pude deixar minha bagagem extra na pousada, sem precisar ficar carregando tudo por aí.

A pousada fica a menos de 5 minutos a pé do centrinho, fica no fim de uma ruazinha de terra bem ao pé da serra. Para quem vem pela rodoviária, fica mais próxima ainda.

Ela tem quarto de solteiro, vários quartos super graciosos de casal e també, um quarto coletivo.

O café da manhã é servido na parte externa da pousada, com vista para as árvores e pássaros.

E para mim contou muito o Wi-fi, para poder ir alimentando o blog durante a viagem. E outro extra interessante é um purificador de água, dá pra encher as garrafinhas todos os dias antes dos passeios, sem precisar comprar infinitas garrafinhas d´água ao longo dos dias.



Pousada da Fonte - bye bye

Esta é a Rejane, muito atenciosa com todos os hóspedes.


E lá vai nossa turma da Fumaça, dizer tchau. Andressa e Shawn para Salvador, eu para São Paulo, e Fabian ainda fica mais uma noite, mas nos acompanhou até nosso táxi.


Última foto na pousada.


No caminho da pousada para o centrinho, passamos por este ônibus-trailer que esteve estacionando aqui na maior parte dos dias que estive na cidade.



Flying back to São Paulo

Mais da metade da viagem foi sobre nuvens brancas e céu azul:



Em direção a minha cidade cinzenta:



Mais uma última coincidência feliz da Chapada

Estive um pouco nostágica durante o vôo de volta. Cada tchau para cada uma das pessoas que fizeram parte dessa pequena jornada foram me apertando um pouco o coração. Durante todos esses dias na Chapada passei momentos muito especiais, com pessoas que não sei se teremos a oportunidade de nos vermos de novo.

Mas ao chegar no aeroporto em Sampa, tive a grata surpresa de encontrar o Fernando e o Vinícius, meus amigos da primeira semana na Chapada. Num momento em que tantos tchaus  me deixaram nostálgica, foi bom reencontrá-los e dizer um até logo, ao invés de um Adeus.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Dia 14 - Museu do Garimpo (iniciativa pessoal do Seu Cori)

Museu do Garimpo



Depois da travessia da Fumaça, eu precisava de um dia tranquilo e de passeios bem leves. Nada melhor do que conhecer o Museu do Garimpo, feito por iniciativa de seu Cori, um antigo garimpeiro da cidade, que montou em seu quintal uma réplica de casa de garimpeiro, com todos os objetos utilizados na época.


Ele nos explicou que muitos garimpeiros faziam suas casas direto em tocas nas pedras, mas alguns também construíam casas como acima.

Dentro da casa da foto, ele colocou todos os objetos utilizados na época por um garimpeiro.

Seu Cori é um livro de história viva, nascido em 1927 tem uma energia e uma alegria invejáveis. Quando aparecem turistas interessados em conhecer seu Museu, ele não economiza nem esforços nem simpatia para explicar coisas do tempo do garimpo.

Após dar muitos detalhes sobre a casa e modo de vida, ele nos leva para o quintal, onde mistura 2 diamantes em um monte de cascalho e pedras, e nos mostra as técnicas de garimpo manual para encontrar essas pedras.




E é realmente impressionante, após manejar várias peneiras, ver os 2 diamantes brilhando no alto da última pilha de cascalho!

Seu Cori, ao contrário de muitos garimpeiros que acabavam usando todo o dinheiro ganho em bebidas, mulheres, badernas e brigas, era um homem super responsável que educou e deu um bom futuro para seus 7 filhos.

Um deles é o Silvio da Ecotur. Agencia que eu utilizei e recomendo.

Seu Cori fala com muito orgulho de todos os documentários, alguns inclusive internacionais, feito sobre ele. Conta também do filme Jardim de Plástico, com o qual ele ganhou um premio.

Considero este um passeio imperdível!

Ele fez o museu e conta as histórias por boa vontade e prazer, não cobra ingresso, mas podemos deixar uma contribuição voluntária.

Igreja inacabada

Interessante também visitar essa obra de igreja inacabada. Um importante coronel percebeu que a nova igreja encobriria sua vista, e aproveitando-se de seu poder, proibiu a continuação da obra.


Relaxando e blogando

O resto da minha tarde ficou por conta de blogar e relaxar na pousada.

ECOTUR

Abaixo uma foto da agência de um dos filhos do seu Cori, recomendo. Os preços são bons, e os serviços me inspiraram confiança.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dia 13 - Terceiro dia da travessia Fumaça por Baixo

Serra do Macaco

Começamos o dia subindo logo de cara a Serra do Macaco. A subida é extremamente íngreme, e logo, ao olhar por um dos mirantes, vemos o encontro do Rio da Fumaça com o Rio da Capivara, ponto muito próximo ao nosso último acampamento.



 Além de íngreme, o terreno é bem irregular, e mais uma vez temos que usar muito as mãos e a força dos braços. Este foi o motivo pelo qual achamos que o nome da serra era Serra do Macaco.


Mas do ponto certo da trilha vemos o vale e uma pedra que parece a cabeça de um gorila, e que inspirou o nome da Serra.




A subida toda dá aproximadamente 500 metros. Quando comentamos da travessia, esse, junto com o Veneno, é um dos pontos que assusta qualquer turista.

Quando chegamos ao topo da Serra, entramos na região chamada Gerais da Fumaça. Nesta região, predominantemente plana, encontramos uma variedade imensa de flores. O nosso guia, que costuma guiar grupos de biólogos pela Chapada, sabia o nome de todas.



No caminho paramos próximo a um poço para lanche e banho, mas nenhum de nós se animou a nadar, porque estava um pouco nublado. Na verdade o fato de estar nublado foi ótimo porque aliviou muito o esforço da temida Serra do Macaco.

Fumaça por Cima

O objetivo da nossa caminhada de hoje era atingir a Cachoeira da Fumaça, desta vez,  por cima.

Mais uma vez pudemos contemplar a nossa grande dama caindo majestosa e delicadamente paredão abaixo.

Foi muito especial contemplar do alto o poço onde havíamos nadado no dia anterior.



Abaixo tiramos a foto mais tradicional dos visitantes da Fumaça, deitados contemplando a queda, já que de pé, pode dar vertigem e causar um acidente.


Fiquei sentanda contemplando emocionada o vale que percorremos no dia anterior.




Abaixo o casal mais simpático da nossa trilha. A alegria da Andressa contagiou nossa trupe.


O nosso guia pegou nossas máquinas e fotografou o ponto onde a água da cachoeira cai. Não pudemos ir junto por motivos de segurança.




Toca da Maternidade

Fomos tomar um banho nos pocinhos cujas águas vão virar a Cachoeira da Fumaça mais a frente. Foi nossa despedida das águas da Fumaça.

Essa toca tem este nome porque a 17 anos atrás uma moça deu a luz nesta toca. Nasceu uma menina que hoje tem, naturalmente, 17 anos.






Gerais da Fumaça

Nosso destino agora é o Vale do Capão. Seguimos pelos Gerais da Fumaça, região bem plana, para a felicidade da musculatura de nossas pernas.

Avistamos o vale do Capão, lugar considerado místico por seus admiradores.


A partir de um determinado ponto, começamos a descer em direção ao vale. E logo se descortina essa linda vista do Morrão. A esquerda nosso incansável guia João.



Voltando para Lençóis

Ao chegar no Capão, fomos direto para um bar, onde tomamos umas cervejinhas para comemorar o fim da nossa bem sucedida expedição.

Jantamos uma deliciosa comidinha caseira na Beli.

E depois pegamos uma van até Palmeiras. É preciso reservar a van assim que chegamos no Capão. O horario de saída da van é 20h30 (passível de algum atraso).

Ao chegar em Palmeiras, compramos nossa passagem de ônibus da Real Expresso. O ônibus sai 22h30 de Palmeiras e chega em Lençóis as 23h30.

Outra alternativa para voltar para Lençóis é contratar um transporte antecipadamente. O valor do translado sai 200,00, se o grupo for grande dilui bem o valor. Mas nossa turma preferiu a opção van+onibus.

João nos disse que outra alternativa seria dormir no Capão, e caminhar de Capão a Lençóis no dia seguinte, seriam mais 20km aproximadamente. Mas sinceramente, preferi a opção que fizemos de voltar de ônibus, estávamos muito cansados, e nada melhor que descansar e relaxar no dia seguinte.


Contato do nosso super Guia

João (075) 3334 1221
Além de fazer as trilhas longas da Chapada, ele também guia outras travessia tradicionais do Brasil como Serra dos Órgãos, Serra Fina, entre outras. Sua agenda é bem cheia. Alguns grupos reservam datas com muita antecedência, portanto, vale a pena ligar para ele e verificar disponibilidade.
O telefone acima é da casa dele, a irmã anota os recados e ele retorna ao voltar das trilhas.


Fazer a travessia no sentido Lençois-Capão ou no sentido Capão-Lençóis?
Nós fizemos no sentido Lençóis-Capão. Isso faz com que tenhamos que enfrentar a subida da Serra do Veneno com bastante peso e no último dia a subida do Macaco que é hiper-íngreme, porém, as mochilas já estão bem leves.
Mesmo tendo que encarar essas 2 super subidas, é melhor do que fazê-las como descida. No sentido Capão-Lençois, o turista vai ter que descer a Serra do Macaco com a mochila muito pesada. Essa Serra é extremamente desajeitada para descer com peso. Lembre-se que ela não é uma trilha, é um monte de pedras e raízes. Melhor subi-la do que desce-la!
A do Veneno, como descida também é uma forte detonadora de joelhos.

Portanto minha recomendação pessoal, e também a do João, é fazer Lençóis-Capão.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia 12 -Segundo dia da travessia Fumaça por Baixo

Toca da Capivara

Abaixo uma foto do nosso despertar na Toca da Capivara. Note que tivemos que pendurar as sacolas com comida, para evitar que algum animalzinho viesse roer nossas mochilas ao sentir o cheiro de comida.


Saímos do vale da Capivara e entramos no vale da Fumaça, em direção à Cachoeira da Fumaça (por baixo).

Neste segundo dia, a trilha foi predominantemente plana. Mas não quer dizer que tenha sido fácil. A caminhada é toda feita sobre pedras e troncos. Na maior parte do caminho temos que usar mãos e a força dos braços para subirmos nas grandes pedras.

A chuva deixou as pedras do leito do rio muito molhadas. Normalmente seguiríamos mais pelo rio, mas por motivos de segurança fizemos um caminho paralelo ao rio. Muito irregular!






Chegando na 'pousada': Toca da Fumaça

Uma coisa muito legal do dia de hoje é que nós chegamos no ponto onde vamos dormir logo pela manhã. Assim pudemos deixar as mochilas e seguir em direção à Fumaça sem peso.

Abaixo eu estou escolhendo onde vou dormir e abrindo meu isolante. Caso outros grupos cheguem,  nós já temos reservadas as melhores 'camas' da pousada.


Em direção à Cachoeira da Fumaça

A trilha segue intensa. Felizmente, sem mochilas.

Seguimos por troncos.


Pedras no leito do rio.


E para nossa alegria, um trecho (pequeno), de trilha plana por entre bromélias.



Cachoeira da Fumaça por Baixo

Chegou então o momento tão esperado, chegamos na cachoeira da Fumaça. Ela é tão imponente quanto delicada. Cai de um paredão imenso, mas cai com um fluxo de água delicado, que muda de direção com o vento. Algumas vezes vira um spray, outras uma chuva, e isso acontece antes de tocar o solo, o paredão ou o poço.

O guia comentou que as vezes ela acaba vindo sobre o ponto onde os grupos fazem o lanche.



Este é o poço da cachoeira, um verdadeiro prêmio poder nadar neste poço. Eu atravessei o poço nandado de costas e contemplando a queda. Pode parecer piegas, mas foi um momento muito mágico.

Estar dentro do vale e olhar para os paredões ao redor nos dá uma sensação de muita pequenez.



O reflexo do céu nas águas do poço era também deslumbrante.


Ao estar num lugar tão mágico, não posso esquecer da coragem e do esforço dos meus pés, que me levam a lugares e situações tão especiais que são verdadeiros alimentos para minha alma e minha sensibilidade.



No fim do dia voltamos para o ponto de acampamento e tomamos um belo banho nos poços próximos.



Contato do nosso super Guia

João (075) 3334 1221
Além de fazer as trilhas longas da Chapada, ele também guia outras travessia tradicionais do Brasil como Serra dos Órgãos, Serra Fina, entre outras. Sua agenda é bem cheia. Alguns grupos reservam datas com muita antecedência, portanto, vale a pena ligar para ele e verificar disponibilidade.
O telefone acima é da casa dele, a irmã anota os recados e ele retorna ao voltar das trilhas.
Nesta época do ano, o valor saiu 360 por pessoa. Com menos gente o valor pode subir.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dia 11 - Primeiro dia da travessia Fumaça por Baixo

Começando a jornada a partir da pousada

Logo pela manhã pegamos nossas mochilas, toda nossa disposição e nosso pequeno grupo saiu da pousada a pé prontos para encarrar nossa 'expedição': conhecer a maior cachoeira do Brasil, a cachoeira da Fumaça por baixo, e depois subir e conhecê-la por cima.

Existem algumas contradições quanto a altura exata da cachoeira, alguns lugares dizem 340m (e neste caso ela seria a segunda mais alta do país), mas existe também a versão de que ela tenha 380 m, e neste caso seria a mais alta.

A montagem do nosso grupo foi consequência de uma série de coincidências felizes.

O Edu, que havia me guiado na semana anterior gostaria que eu fizesse a travessia com uma guia respeitado e conceituado, e assim me indicou o João, porém o ideal seria ter mais gente no grupo para dividir melhor as despesas e principalmente o peso.

Logo apareceu o Fabian (alemão), que coincidentemente se hospedou na mesma pousada e havia recebido a indicação do João por uma amiga. Ele estava doente, mas felizmente na manhã da saída ele estava bem e optou por fazer a trilha.

O Shawn e a Andressa eu conheci na tarde anterior, ao passar pela Ecotur para negociar um passeio para a tarde de ontem, comentando dos meus planos de fazer Fumaça por Baixo eles se empolgaram e já aderiram à trupe. Ele é australiano, e ela brasileira. Um casal simpático e divertido. Foram ótimas companhias na trilha.



 
Subimos a cidade de Lençóis a pé, e ficamos esperando o João comprar pão para os lanches que faríamos na trilha nos próximos 3 dias.
Neste momento cada um de nós já tinha em suas mochilas um saco de mantimentos para nos alimentarmos na travessia.

Uma foto em frente a igreja para dar força na temida subida da Serra do Veneno.



Serra do Veneno

 A trilha já começa bem pesada. Ao atravessar o rio e entrar no Parque Nacional, começa a subida da Serra do Veneno.

A subida é bem intensa e o que a torna bem mais pesada são nossas mochilas pesadíssimas com comida para 3 dias. Aqui já havíamos vencido uma parte considerável da subida. Ao olhar para trás pudemos ver o rio e a cidade deixados lá em baixo.


A vista de flores e de toda a imensidão deixada para trás nos dá ânimo de seguir a subida da Serra do Veneno. Quando o cansaço aperta, paramos um pouco, comemos uvas passas, bebemos água, respiramos e seguimos!


Após a subida do Veneno, temos um trecho um pouco mais plano, ou subidas alternadas com terreno plano. Mas depois de um alívio, ainda temos que encarar mais um lance de subidas chamada Serra do Veneninho.


Almoço na Toca da Onça

E enfim chegamos a Toca da Onça, onde fizemos nosso almoço, e tivemos a oportunidade de tirar uma rápida siesta, antes de continuarmos nossa jornada.




Seguimos após o almoço contornando a Serra do Boqueirão. As pernas estavam bem cansadas, mas a expectativa do nosso ponto de banho nos incentiva.






Cachoeira do Palmital
Finalmente chegamos à cachoeira preferida do nosso guia: a cachoeira do Palmital! Um verdadeiro prêmio! Perfeita para recuperar os pézinhos inchados e refrescar o corpo suado.  



 Vale e Cachoeira da Capivara


A medida que seguimos, agora em direção ao Vale da Capivara, a paisagem vai ficando cada vez mais deslumbrante.



Até que chegamos à cachoeira da Capivara. Um pouco acima se encontra a Toca da Capivara onde passaremos nossa primeira noite da trilha.



Quando começa a escurecer, o João prepara nossa jantar. Momento de repor as energias.


O início da noite estava bem estrelado. Colocamos nossos sacos de dormir ao relento, sob o céu estrelado e dormimos super cedo. Ainda tive tempo de passar uma meia hora olhando as estrelas, a lua, até desmaiar completamente.

Infelizmente por volta das 2 da manhã começou a chover, tivemos que levar nossos sacos de dormir para um lugar coberto e continuamos nosso sono reparador até a manhã seguinte.


Contato do nosso super Guia

João (075) 3334 1221
Além de fazer as trilhas longas da Chapada, ele também guia outras travessia tradicionais do Brasil como Serra dos Órgãos, Serra Fina, entre outras. Sua agenda é bem cheia. Alguns grupos reservam datas com muita antecedência, portanto, vale a pena ligar para ele e verificar disponibilidade.
O telefone acima é da casa dele,  a irmã anota os recados e ele retorna ao voltar das trilhas.
Nesta época do ano, o valor saiu 360 por pessoa. Com menos gente o valor pode subir.